“HOMO HOMINI LUPUS”
Lev Isaakovich Shestov, exilado russo e um dos filósofos existencialistas da Sorbonne acabou tendo como residência definitiva a França. E categoricamente, ele afirmava que o “o homem é o lobo do homem”, numa alusão que só a fé salva o homem de si mesmo.
Enfim, estamos na era que o homem, sem princípios, sem valores éticos, sem amor à Pátria, se deixa conduzir pelos modismos de viver no século XXI, deixando de lado os valores morais tão implícitos na fé de cada ser humano. Só a fé em Deus conduz à vida, à ciência do conhecimento. Os estudantes de hoje, movidos por ideólogos egoístas não mais ensinam seus alunos a escolher se querem a “árvore da vida ou a árvore da ciência”. Ambas são importantes para os enormes ganhos que humanidade vem acrescentando aos seus conhecimentos modernos. Mas, a ciência não pode viver sem a fé. Olhando para a frente, para o que está a vir, e buscar o Reino de Deus que as pretensões da razão e da ciência não consideram prioridade.
Compreender as coisas de Deus exige muita sensibilidade, porque Deus não é mensurável, não é racional, não é concreto que podemos ver e tocar, não se pode nomeá-lo ou descrevê-lo em razão da sua natureza de força, beleza e, indescritível é sua essência… Deus é invisível para quem ainda não aprendeu a se olhar por dentro. Não se acredita NELE pela razão, mas tão somente pela fé. Deus se desapega de qualquer teoria especulativa. Por isto tudo, o homem é incapaz e está convicto da possibilidade de conhecer Deus e compreender Deus. Esta impossibilidade é que conduz o homem à fé. Acreditar, sem ver, sem tocar, sem manipular. Por isto mesmo a Razão não pode ser explicada pela Ciência; acredita-se e pronto; a luta da razão contra o incompreensível torna o homem lobo de si mesmo.
Deus criou toda natureza que aí está e criou também o homem. Para sobrevivência do homem as leis da natureza já estão eternamente declaradas, já estão definidas até onde vai a liberdade do homem. Quando o homem se afasta de Deus, movido pela Razão, ele se submete aos limites da razão humana, conhecendo a ciência do bem e do mal. E que estão completamente fora da sua compreensão divina.
O homem tornou-se um deslocado. Não consegue mais deixar que sua fé se sobreponha à Ciência. A Ciência é necessária, acompanha o progresso, permite melhores condições de vida; por outro lado a Ciência é fria e conseguiu em sua evolução gritante nestes últimos anos separar o homem do próprio homem. Horas do dia são perdidas em jogos eletrônicos e as crianças se debruçam sobre eles como se fossem um catequismo e pouco acrescenta à sua própria razão de existir. A mídia revolucionou a calma do homem de fé, tranquilo e fiel e colocou o homem fiel diante de destroços de mentiras, veleidades, hipocrisias. O homem, lobo do homem transfigurou-se e saiu em pelo, atacando seus semelhantes, ora em surdina e na surpresa, ora armado e usando o medo como jeito de submeter o seu semelhante. Mundo, mundo, vasto mundo, que não aprendeu a grande lição da fé. A Ciência é importante quando permite o crescimento do homem de fé. E quantos somos hoje que acreditamos com fé nas garantias espirituais? Homem, pobre homem sem fé!
Izaura Aparecida Tomaroli Varella – filosofando…