COP 28, o desafio da colaboração e as propostas das biossoluções
Angela Fey *
Atualmente o mundo está em um ponto crítico da transição climática. Segundo um relatório recente da Alliance of CEO Climate Leaders, do Fórum Econômico Mundial, se quisermos limitar o acréscimo de temperatura em 1,5°C devemos reduzir as emissões globais em 7% ao ano até 2030. De acordo com o último relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) sobre o Estado do Clima Global, 2023 será o ano mais quente já registrado, substituindo o recordista anterior, que foi o ano de 2016, quando o mundo estava cerca de 1,2ºC mais quente do que a média pré-industrial.
Populações em crescimento, com conflitos globais, custos crescentes das matérias-primas e necessidades e exigências nutricionais cada vez maiores – o mundo está vivendo acima das suas possibilidades e isso deixará um impacto duradouro. Eventos como a 28ª Conferência da ONU sobre Mudanças do Clima (COP 28) são essenciais para alinharmos estratégias para reduzir o impacto do ser humano na Terra.
Porém, esse é um esforço que demanda colaboração. As empresas têm o dever de comprometer-se com metas climáticas baseadas em evidências científicas, alinhadas ao objetivo de 1,5°C, e devem atuar em todas as etapas das suas cadeias produtivas para diminuir as emissões. Já os governos e os formuladores de políticas têm a responsabilidade de criar regulações que olhem para o futuro, como por exemplo, a organização dos mercados de carbono – regulação crucial para acelerar a transição para uma economia sustentável.
Temos que trabalhar juntos para conseguir colocar em prática as ambições em prol do cumprimento das metas estabelecidas no Acordo de Paris. É com este posicionamento que a Novozymes chegou à COP 28. Nossos representantes participarão de conversas com empresas e governos sobre como juntos é possível produzir de modo a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Já existem soluções para auxiliar as indústrias a fabricar seus produtos com menos impacto. As biossoluções podem contribuir com a redução das emissões de carbono em diversos processos e representam uma alternativa relevante para diminuir o uso de recursos fósseis, permitindo que setores como o agrícola e de alimentos, por exemplo, produzam mais com menos. Elas também são cruciais na produção de biocombustíveis, como o etanol de milho, proporcionando uma alternativa mais sustentável de combustível.
As biossoluções nos permitem imaginar um mundo melhor, onde somos capazes de mitigar os efeitos do aquecimento global e reduzir o desperdício. Já temos soluções, e precisamos colocá-las em prática. A título de exemplo, há enzimas que contribuem com a redução do desperdício de pães, uma vez que retardam o envelhecimento do produto, mantendo o pão macio durante mais tempo. Desde o seu lançamento, em 1990, estima-se que a solução que contribui para o aumento do tempo de vida de pão evitou o desperdício de 80 bilhões de pães – que, se empilhados, permitiriam ir e voltar à lua 10 vezes.
O ser humano é inovador e juntando forças é possível vivermos em um mundo mais sustentável. Eventos como a COP 28 são fundamentais para que metas e expectativas sejam alinhadas e nossos planos em prol de um mundo melhor sejam alcançados.
*Angela Fey, Gerente Regional de Sustentabilidade