Cianorte tem 11,9% dos condutores com CNH fora da validade

Cianorte tem 44.462 condutores habilitados, segundo dados do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), referentes ao período de janeiro a setembro de 2025. Desses, 5.301 estão com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) fora da validade, o que representa 11,9% do total. Outros 39.161 motoristas (88,1%) estão com o documento em dia.

O levantamento mostra ainda que o município tem 1.436 condutores permissionários, ou seja, que possuem a primeira habilitação válida por um ano. A maioria dos motoristas de Cianorte tem entre 50 e 64 anos — um total de 10.810 pessoas — e 58,2% dos condutores são homens, o equivalente a 25.867 cidadãos.

Quanto à categoria, mais da metade (56,8%) das habilitações são AB, que permite conduzir automóveis e motocicletas. O número representa 25.258 condutores.

Em setembro, o município registrava ainda 22 CNHs suspensas e duas cassadas, conforme dados do órgão estadual.

Renovação e prazos

O Detran-PR orienta que os condutores devem renovar a CNH quando ela estiver vencida, próxima do vencimento ou caso queiram incluir observações como EAR (Exerce Atividade Remunerada). A solicitação pode ser feita pela internet, pelo aplicativo Detran Inteligente, ou presencialmente em autoescolas (CFCs) e unidades de atendimento do Detran.

O processo inclui o pagamento da taxa em bancos credenciados, a captura biométrica (digitais, foto e assinatura) e os exames médicos obrigatórios. Em casos específicos, é exigido também o exame toxicológico e o de EAR. Após a conclusão das etapas, o documento é enviado pelos Correios em até 10 dias úteis.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), dirigir com a CNH vencida há mais de 30 dias é infração gravíssima, sujeita a multa, recolhimento da carteira e retenção do veículo até a apresentação de um condutor habilitado.

Mudanças em debate nacional

O governo federal discute alterações no processo de emissão da CNH. A proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para extinguir a obrigatoriedade das aulas em autoescolas entrou na reta final de consulta pública, que se encerra em 2 de novembro.

A medida, defendida pelo Ministério dos Transportes, pretende reduzir o custo e ampliar o acesso à habilitação para pessoas de baixa renda e mulheres. Atualmente, o custo médio para tirar a CNH no país é de R$ 3.215,64, sendo que 77% do valor corresponde às taxas das autoescolas. Segundo o governo, a mudança pode reduzir o custo total em até 80%.

Pelo novo modelo, o candidato poderá optar por estudar de forma independente, contratando um instrutor autônomo credenciado pelo Detran ou um centro de formação de condutores. As provas teórica e prática continuarão obrigatórias, mas sem exigência mínima de horas-aula.

A proposta, no entanto, enfrenta resistência das autoescolas. O presidente da Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto), Ygor Valença, afirmou que a entidade pretende recorrer à Justiça caso a norma seja aprovada.