Temer descarta criar mecanismo para restringir saques do FGTS

O presidente Michel Temer descartou nesta quinta-feira (19) a possibilidade de criação de um mecanismo para restringir o número de trabalhadores que poderão sacar recursos das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

No início da semana, A Presidência estudava alternativas após uma análise dos números apontar que cerca de 2% das contas concentram um montante muito expressivo do volume total de recursos.

A opção por estabelecer um limitador para os saques, que atingiria uma pequena parcela dos trabalhadores, era tratada até a noite de quarta-feira (18) como possibilidade dentro do governo, segundo relataram integrantes graduados da administração Temer e empresários envolvidos nas discussões.

“Das alternativas propostas pela CEF [Caixa Econômica Federal] o Presidente confirmou liberar todo o saldo da conta”, escreveu nesta quinta, em uma rede social, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).

A restrição atingiria somente as contas mais altas, que tendem a ser de pessoas com maior renda. O receio era o de que os recursos seriam usados em investimentos financeiros, e não para alavancar a economia.

“Hoje saiu uma notícia de que 'o Temer diz que vai reduzir essa possibilidade de retirada', ou seja, cerca de 2%, 3% das pessoas que tem mais verbas. Eu quero declarar publicamente que não houve nenhuma modificação. Quem tiver contas inativadas vai poder sacá-las”, afirmou o presidente, durante evento em Ribeiro Preto (SP).

Segundo Temer, 30,2 milhões de brasileiros têm contas inativas do FGTS, o que representa mais de R$ 30 bilhões que poderão ser injetados na economia. “Tem gente precisando pagar dívidas, trabalhador querendo fazer compras. Então vamos fazer isso [liberar o FGTS inativo]”, disse. (Folha de S. Paulo)