Área de mandioca volta a crescer em Cianorte, mas preço despenca

Impulsionados pelo preço da raiz que superou a média histórica para a produção brasileira da mandioca, produtores da região de Cianorte investiram expressivamente na cultura em 2013 – época em que a rentabilidade chegou a R$ 17,6 mil/alqueires.

No entanto, com a recuperação do mercado nordestino e com plantio naquela região do país regularizado, quem investiu na mandiocultura no ano passado, agora começa a sentir prejuízo com a venda do produto.

Isso acontece porque desde janeiro o valor da tonelada tem caído gradativamente. Em 2013, por exemplo, o preço chegou ao pico de R$ 600/ton. Hoje, a raiz tem sido comercializada por menos da metade do valor anterior – algo em torno de R$ 220.

Apesar da queda no preço, técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) dizem que ainda é cedo para presumir um prejuízo na lavoura; uma vez que a safra da mandioca não tem período estimado, tampouco fixo.

Quem plantou no ano passado, se quiser esperar o preço subir e colher a partir do ano que vem, pode, afirma o economista do Deral do Escritório Regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) de Cianorte, Fábio Borges Camargo.

Para ele, os mais beneficiados com o preço recorde registrado em 2013 foram os produtores tradicionais que trabalham com mais eficiência e experiência na produtividade da mandiocultura.

Embora, atualmente a cultura tenha se recuperado significativamente na região, a área plantada com a raiz, na região, registrou forte queda, mas tem se recuperou anualmente. Um levantamento apresentado por Camargo mostra que entre 2010 e 2011, havia mais de 20 mil hectares cultivados com mandioca na região.

Um ano depois, essa área caiu para 16 mil ha. Entre 2012 a 2013 as estatísticas mostram que os agricultores locais voltaram a investir na cultura e a área total chegou a subir para pouco mais de 18 mil ha.  Hoje, a estimativa do Deral é de que haja aproximadamente 24 mil ha cultivados com raiz.

Camargo lembra que a recuperação da área foi resultado do preço atrativo, porém com a queda no preço da tonelada, registrada nos últimos meses, é provável que a área volte a diminuir na região.

Muitos [agricultores] trabalham com arrendamento. E se for por na ponta da caneta, o preço não está nada vantajoso para quem tem o custeio do arrendamento, considera o economista.

A orientação de Camargo é de que o produtor, na hora de investir, analise as perspectivas de mercado, o preço e, se pretender ou não arrendar uma área para trabalhar com a mandiocultura. Ele [produtor] precisa ser eficiente na produção para obter lucratividade com o cultivo da raiz, conclui.

 

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Área de cultivo cresceu 43% enquanto preço caiu pela metade