Abastecimento no Paraná não é afetado pela crise hídrica

A Sanepar é responsável pelo fornecimento de água para 10 milhões de paranaenses

A crise hídrica que atinge os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais não afeta o abastecimento de água tratada no Paraná. Nos municípios atendidos pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) são verificados apenas problemas pontuais, quando a empresa realiza serviços de manutenção ou obras. A falta de água, na maioria das vezes, só é percebida pelo cliente que não possui caixa-d’água instalada no imóvel conforme orienta a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

O planejamento de longo prazo vem norteando o trabalho da Sanepar há décadas. Antes mesmo de a Sanepar ser criada, já havia um plano diretor de recursos hídricos para a região de Curitiba, na década de 1940. Com a revisão permanente do Plano Diretor do Sistema Integrado de Curitiba já temos definidas as ações que serão executadas até 2040, afirma o presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche. O Plano Diretor de Curitiba é atualizado a cada dez anos com base nos dados do Censo do IBGE.

Chaowiche destaca ainda que a Sanepar tem trabalhado para ampliar, a cada ano, o volume de investimentos. O governador Beto Richa entende que o abastecimento de água no Paraná é um serviço prioritário. Nós sabemos da importância da regularidade das chuvas no Paraná, neste momento. E, por determinação do governador, vamos manter os investimentos de forma abrangente, por todo o Estado, disse o presidente.

A Sanepar é responsável pelo fornecimento de água para 10 milhões de paranaenses em mais de 700 localidades. Destas, apenas em pequenos sistemas a produção pode ficar comprometida pela redução de vazão dos poços, em decorrência da estiagem. Quando isto ocorre, a empresa perfura outros poços ou abastece, emergencialmente, por caminhão-pipa. O aumento da temperatura também pode afetar o abastecimento. No Paraná, quando as altas temperaturas superam as médias tradicionais, o consumo pode aumentar em até 30%, em relação ao inverno. Com o calor das últimas semanas, a população está consumindo 10% a mais de água em relação aos verões anteriores, afirma o diretor de Operações da Sanepar, Paulo Alberto Dedavid.

Eventuais falta de água, por curtos períodos, também são registradas quando a empresa realiza manutenções preventivas. São 50 mil km de rede de água que exigem intervenções que superam a média de 400 mil por mês, ou seja, por ano, são mais de 5 milhões de consertos, implantação de equipamentos, expansão de trechos de rede e outras ações para melhorar as condições de abastecimento. São ações de rotina. Não entram nesta conta as interrupções devido às obras de grande porte, afirma o diretor.

Dedavid reitera que, apesar da situação tranquila quando comparada com a dos estados do Sudeste e com as dificuldades do setor elétrico, o momento requer atenção dos paranaenses. Cada cliente precisa economizar, usando água tratada racionalmente. Agora a estiagem não nos afeta, mas as atitudes responsáveis em relação a este bem devem ser praticadas todos os dias.

REGIÃO

Maringá é abastecida pelo Rio Pirapó e não há risco de desabastecimento. Para garantir o atendimento, em função da expansão do município, nesta semana foi autorizado o início de mais obras no sistema de abastecimento de água, no valor de R$ 8,92 milhões. Entre as intervenções estão a implantação de 18,5 km de anéis, quatro conjuntos motobomba em estações elevatórias e instalações de redutores de pressão.