Copel espera redução de 4,5% na demanda do sistema elétrico

Começa à zero hora deste domingo (19) em 10 estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal, mais uma edição do horário brasileiro de verão. Nesses locais os relógios devem ser adiantados em 60 minutos, deixando o domingo mais curto, com 23 horas de duração. A operação inversa, que vai marcar o final do horário de verão, será realizada à zero hora do dia 22 de fevereiro do ano que vem – na semana seguinte ao término do carnaval.

Conforme estimativas preliminares da Copel com base no histórico de edições anteriores, o horário de verão deverá permitir uma redução da ordem de 4,5% nos níveis máximos de demanda por energia elétrica durante o período crítico do dia – o chamado horário de ponta, que se dá entre 18 e 21 horas. Isso corresponde a dispensar a injeção de 240 megawattts de potência no sistema elétrico estadual durante as horas de maior consumo simultâneo. Tal valor equivale à demanda máxima das cidades de Londrina e Maringá, juntas.

Reduzir demanda

Diferentemente do que muita gente pensa, a principal finalidade do horário de verão não é reduzir o consumo de eletricidade, mas distribuir de maneira mais racional a elevação da demanda das diversas classes consumidoras durante o horário de ponta, aliviando as condições de operação de instalações como usinas geradoras, subestações e linhas de transmissão. Existe sim uma redução nos níveis de consumo, mas ela é muito discreta, da ordem de 0,5%. Ela se dá basicamente em razão da maior disponibilidade de luminosidade natural, o que permite reduzir o tempo de uso de lâmpadas.

A lógica do horário de verão é simples: o adiantamento dos relógios em uma hora durante o período do ano em que os dias são mais longos que as noites cria uma defasagem entre as curvas máximas de demanda de algumas classes de usuários no final do dia, que deixam de se sobrepor oferecendo uma folga operacional às instalações que compõem o sistema elétrico. Por exemplo, a ativação dos sistemas de iluminação pública – cujas lâmpadas são acionadas automaticamente ao escurecer, independentemente da hora do dia – só acontece depois de encerrado o expediente na maior parte dos escritórios e indústrias e de superado o momento de maior demanda nas residências.

Histórico

Esta será a 40a vez que o horário de verão será adotado no país – a 30a de forma consecutiva. A história da medida no Brasil começou na década de 30, pelas mãos do então presidente Getúlio Vargas: sua versão de estreia durou quase meio ano, vigorando de 3 de outubro de 1931 até 31 de março de 1932. Nos 35 anos seguintes, a medida foi instituída em nove oportunidades: em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967. Depois de muito tempo esquecido, o horário de verão ressurgiu em 1985 por decreto do presidente José Sarney, não deixando de ser adotado desde então.