Investir em cultivo protegido tem sido ótima opção aos produtores

 

Weslle Montanher
Na propriedade da família Servelo, em Jussara, um exemplo claro da potencialidade deste método de cultivo de hortaliças

Olericultores de Cianorte e região contabilizam aumento na rentabilidade com a implantação da técnica

Incentivado por órgãos de extensão rural e até mesmo por parte da iniciativa privada, o cultivo protegido em culturas como morango, tomate e folhosas, a exemplo da alface, tem registrado crescimento anual em Cianorte e demais municípios da região. O objetivo é fazer com que a olericultura local se torne polo no estado e, assim, aumente a renda no campo dos pequenos produtores.

Segundo a Emater, em Cianorte e região, atualmente já estão em prática 64 sistemas de cultivo protegido em 28 propriedades – um total de 7,2 hectares. No entanto, a meta é ousada. A intenção é transformar as pequenas hortas em grandes propriedades produtoras. O cultivo protegido oferece mais rentabilidade, pois como o próprio nome sugere, protege a cultura da ação direta do clima, e assim reduz perdas e assegura qualidade, explica o técnico do Emater, Paulo Roberto Preto.

De acordo com ele, graças ao cultivo protegido, a produção regional tem sido comercializada em todo Noroeste, nas feiras dos produtores, supermercados, e atende ainda programas de governo – como o ‘Merenda Escolar’ – centros de distribuição (Ceasas), e até mesmo para abastecer a demanda de estados vizinhos. A atividade [cultivo protegido] tem se despontado como um grande transformador de hortas, proporcionando ao pequeno produtor melhor condição de trabalho e mais participação econômica, destaca.

Weslle Montanher
Cultivo de tomate em estufa

GARANTIR PRODUTIVIDADE – As mudanças climáticas verificadas ao longo dos últimos anos têm sido uma preocupação a mais para o agricultor. Chuva em excesso, geada fora de época, granizo, seca, entre outros fatores fazem com que a produção agrícola diminua drasticamente ou tenha perda total em alguns casos. Para driblar tais advertências, a tecnologia oferece aos produtores rurais garantias de produtividade.

Se em períodos chuvosos a produção e a aparência de hortaliças ficam fragilizadas, o cultivo protegido propicia a oferta no mercado de bons produtos na entressafra, quando os preços são mais vantajosos. Além disso, no cultivo protegido, quando se tem conhecimento técnico, é possível aumentar a segurança na produção e valorizar ainda mais produtos que, por si só, já são rentáveis, explicou Paulo Roberto.

INVESTIMENTO QUE VALE A PENA –Na propriedade da família Servelo, em Jussara, um exemplo claro da potencialidade deste método de cultivo de hortaliças. Há pouco mais de um ano, eles implantaram o cultivo protegido para a produção de tomate, com apenas uma estufa. Os resultados foram positivos e atualmente já possuem seis estufas, e a ideia é construir mais. Renan Chiari Servelo, que também é engenheiro agrônomo, conta que graças ao cultivo protegido a produção cresceu.

Equiparada à produção a campo, o cultivo na estufa, segundo o produtor, a produtividade do tomate saltou de 300 caixas por mil pés para 500, com a vantagem de reduzir os custos e aplicações de defensivos e a colheita em períodos de entressafra. O custo da produção caiu e a qualidade do fruto melhorou, porque se chove, a água leva embora todo o defensivo e o adubo e, depois da chuva, é preciso repetir o processo, detalha.

Além disso, outra vantagem do cultivo protegido é prevenir o contato da planta direto com a terra e o controle da irrigação e temperatura. Como a produção é na vertical, as chances de pragas e fungos diminuem. É isto que faz a melhorar a qualidade do fruto, afirma Servelo. Hoje, a família é responsável por abastecer desde pequenos mercados a grandes redes varejistas, como também frutarias e o Ceasa de Maringá, durante o ano todo. A colheita é diária e cada estufa garante a produção por até cinco meses.

Weslle Montanher

Renan Chiari Servelo, de Jussara, mostra sua plantação de tomates, que aumentou a produtividade após a implantação do cultivo protegido

COMO INICIAR NA PRODUÇÃO – É imprescindível ter planejamento não só em relação aos custos e benefícios nas instalações das estruturas, sejam estufas, telados ou proteção de solo. Necessita-se também a adequação da tecnologia ao seu ambiente físico, através do ideal posicionamento da construção em relação a ventos, ao sol, encharcamento do solo em épocas de chuvas, legislação ambiental e, principalmente, quais os benefícios que se quer obter ao iniciar o cultivo em ambiente protegido.

Escolher o tipo de estrutura adequada para o cultivo é uma das chaves para o sucesso deste segmento, portanto, antes de construir uma estufa, túneis ou telados, recomenda-se que o produtor procure informar-se de todas as opções existentes e que melhor se adaptem nas diversas regiões, no tipo de cultivo e no orçamento. Busque a orientação de um engenheiro agrônomo ou agrícola, especializado na área.

AGENDA RURAL – 15 A 21 DE AGOSTO

Dia 16/08 – Terça-feira:

Evento: Reunião sobre manejo do café com a participação de cafeicultores da região

Local: Cocamar – unidade de Cianorte

Horário: 18h30

Dia 18/08 – Quinta-feira

Evento: Tarde de Campo sobre o cultivo semi hidropônico

Local: São Tomé – Propriedade do Sr. Wilson Radael

Horário: 13 horas