Surto em sala: professora quer solução para problema crescente

SUPRAPARTIDÁRIA – A luta é por um centro que acolha adolescentes necessitados de atendimento especializado

 

Um garoto, de 12 anos, surta na escola. A polícia é chamada para contê-lo. Direção, alunos e funcionários não sabem o que fazer. O aluno não tem condição de frequentar o espaço escolar. Situação resolvida? Ao contrário, o problema acaba de ganhar uma proporção imensurável, sem tratamento adequado o garoto, provavelmente vai repetir a cena em qualquer outro ambiente que frequentar. É por conta dessa e outras inúmeras situações similares que a professora Ana Floripes Berbet, especializada na área de educação especial, luta há 16 anos para a implantação de um Centro de Atendimento Psicossocial Infantil Juvenil (Capsi Infantil) em Cianorte. O Centro acolheria e trataria crianças e adolescentes com transtornos mentais.

Finalmente, depois de anos de dedicação, Ana está ganhando aliados. Seu pedido para a criação de um Capsi Infantil ecoou na Assembleia Legislativa, através da Indicação nº 1376/2013. Há dez dias a mesma indicação foi protocolada na Câmara Municipal.

É um importante passo para a efetivação de um dos direitos básicos da criança e do adolescente. O Capsi infantil atende crianças e adolescentes de três a 18 anos, com transtornos emocionais graves, explica Ana. Ela ressalta que em Cianorte existe o Caps, porém destinado a maiores de 18 anos. Com uma unidade específica, o tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais das áreas de psicologia, psiquiatria, enfermagem, pediatria, musicoterapia, educação física, terapia ocupacional, pedagogia, entre outros.

Ana ressalta a importância da participação do Executivo a fim de que as próximas etapas tenham continuidade e o projeto, efetivamente, saia do papel. A indicação na Câmara foi feita pelo João Alexandre. Na sequência, o vereador Natal Reis, Claudia Velasco e Maurício Velasco, do Escritório Cidadão, foram a Curitiba e conversaram pessoalmente com o Deputado Estadual Professor Lemos, explica Ana. Porém ela faz questão de frisar que a luta deve ser suprapartidária. Vamos procurar oficialmente essa nova gestão, na esperança de somarmos esforços para a realização desse espaço, afirma.

Sinais

Ana Floripes destaca alguns comportamentos em adolescentes que podem indicar a necessidade de um acompanhamento especializado. São eles: comportamentos desadaptativos, disfuncionais, problemas nas relações sociais, no trabalho ou escola, as alterações do sono e alimentação, o abuso de álcool ou drogas, alterações das emoções (isolamento, instabilidade, explosões de raiva), medos excessivos, as dificuldades em lidar com questões cotidianas, alterações da atenção, entre outros.