Santa Casa de Cianorte passa por reestruturação administrativa

SAÚDE PÚBLICA – Quadro de funcionários e reforma administrativa fizeram parte das novas diretrizes do hospital

Tudo está diferente para os usuários do SUS dos 12 municípios que pertencem à Amenorte (Associação dos Municípios do Médio Noroeste). Isto porque, a Fundação Hospitalar Intermunicipal de Saúde (FHISA), mantenedora da Santa Casa de Cianorte, passou por drásticas mudanças na administração e no quadro de funcionários.

Até o ano passado havia muita reclamação dos usuários por conta do atendimento. O quadro se agravou quando veio a público a crise financeira na qual o hospital estava imerso. Todos os meses chegava a contrair R$ 250 mil em dívidas. O total devido chegou a, aproximadamente, R$ 7 milhões.  A instituição não tinha dinheiro para pagar funcionários, remédios ou materiais hospitalares e no final de 2014 ameaçou fechar as portas por falta de recursos.

Para a manutenção dos serviços, a FHISA recebe investimentos do governo federal, dos municípios que compõem a região através do Ciscenop  – Cianorte, Cidade Gaúcha, Guaporema, Indianópolis, Japurá, Jussara, Rondon, São Manoel do Paraná, São Tomé, Tapejara, Terra Boa e Tuneiras do Oeste –  de atendimentos particulares e de convênios.

O risco de que o hospital não funcionasse mais, deixando de atender os 2.500 pacientes mensais, despertou nos gestores dos municípios, sob a liderança do presidente da Amenorte e prefeito de Cianorte, Claudemir Bongiorno, a iniciativa para tomarem a frente e auxiliarem no processo de reestruturação.  É preciso esclarecer que a Prefeitura de Cianorte não assumiu a Santa Casa, mas sim abraçou a causa, prestando auxílio na administração, no intuito de fazer com que esta não fechasse suas portas, explica Bongiorno.

Durante o processo de reorganização da Santa Casa, a Prefeitura de Cianorte disponibilizou funcionários com experiência em saúde pública para ajudar na administração do Hospital, com o intuito de oferecer subsídios para a solução dos principais problemas financeiros.

A diretoria foi substituída através de eleição em fevereiro deste ano e deve atuar no biênio 2015/ 2017. Todas as ações aconteceram com os apoios das prefeituras que pertencem ao Ciscenop, que passaram a estar muito mais presentes nas decisões, melhorando a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos moradores. Alguns ajustes ainda têm de ser feitos, no entanto, já contamos com um avanço significativo., informou Bongiorno.

Com as novas medidas adotadas, mesmo com o quadro de pessoal ampliado e o tempo de atendimento dobrado, o déficit mensal caiu para R$180 mil. Logo que assumimos, nós buscamos junto aos fornecedores uma regularização das contas antigas e expor pra eles a situação. Renegociamos alguns contratos, prazos de pagamentos, reduzimos alguns valores com empresas de serviço e manutenção, renegociamos alguns contratos com os médicos e realocamos e contratamos funcionários, explica o atual administrador, Kaio Feroldi Motta.

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Hospital tem nova diretoria

SITUAÇÃO ATUAL

Atualmente, a Santa Casa atende aos plantões de urgências e emergências em tempo integral – sendo que anteriormente revezava períodos de 15 dias com o Hospital São Paulo. Para isso, bem como para reforçar a política de melhoria do atendimento à população, foram contratados 28 médicos e 18 funcionários, como enfermeiros e recepcionistas. Os profissionais da medicina contratados (cirurgiões, ortopedistas e anestesistas) atuam agora pelo sistema de hora presencial, para o atendimento ao plantão.

Após a divisão para o atendimento, o Hospital São Paulo prestará somente os serviços de pediatria, obstetrícia e ginecologia, sendo as demais emergências responsabilidade da Santa Casa. Antes as duas instituições recebiam R$140 mil, cada. Com a nova distribuição, a Santa Casa recebe R$ 200 mil e o Hospital São Paulo, R$ 80 mil mensais.

Para os usuários as medidas estão sendo vistas com bons olhos. Roseli Aparecida Ruhun de Souza, moradora de Japurá, chegou faz 20 dias à Santa Casa com o pai sofrendo fortes convulsões, situação agravada por uma sequencia de derrames. Assim que cheguei já foram feitos os primeiros socorros. Desde então, meu pai vem sendo atendido muito bem pelos médicos e enfermeiros, diz.